Fonte: Valor
Econômico
Em 2008, o governo federal economizou cerca de R$
3,6 bilhões em compras públicas ao promover o pregão
eletrônico, em vez de realizar processos mais
tradicionais de licitação, como o pregão presencial,
a tomada de preços ou a carta-convite. O total,
segundo a Secretaria de Logística e Tecnologia da
Informação (SLTI), órgão ligado ao Ministério do
Planejamento (MP), supera a economia registrada em
2007, quando o governo poupou R$ 3,2 bilhões. A
economia obtida com o pregão eletrônico é a
diferença entre o preço de referência dos bens e
serviços licitados (o valor máximo aceito pelo
governo) e o preço final efetivamente aceito após a
disputa entre os fornecedores. As aquisições são
realizadas por meio do site Comprasnet e podem ser
acompanhadas em tempo real por qualquer pessoa.
Ano após ano, os resultados obtidos com os pregões
via internet ficam mais evidentes, afirma Rogério
Santanna, secretário de logística e TI do Ministério
do Planejamento. "Em 2007, os ganhos com o pregões
eletrônicos resultaram numa redução de 16,3% na
contratação de R$ 16,5 bilhões feita por essa
modalidade", comenta. "Em 2008, essa taxa de ganho
deve atingir cerca de 25%."
Neste ano, o governo federal realizou cerca de 40
mil pregões eletrônicos, aproximadamente mil
operações a mais que em 2007. Além da redução de
gastos, Santanna afirma que outro benefício da
compra virtual é a inserção de pequenas e médias
empresas em concorrências públicas - embora, em
volume financeiro, os contratos tendam a ficar
concentrados nas mãos de grandes fornecedores. Neste
ano, a companhia que mais vendeu para o governo por
meio do pregão on-line foi a Petrobras, cujos
contratos fechados até novembro somavam R$ 566
milhões.
A participação de pequenas empresas, no entanto,
cresce rapidamente. Atualmente, o governo tem quase
240 mil fornecedores cadastrados para participar de
pregões eletrônicos. Destes, mais de 120 mil são
consideradas pequenas e médias empresas (MPEs). São
companhias com faturamento de até R$ 1,4 milhão por
ano. No primeiro semestre de 2008, o governo federal
comprou R$ 2,6 bilhões em produtos e serviços
oferecidos por MPEs. Desse valor, quase R$ 2 bilhões
foram fechados em pregão eletrônico. O crescimento
das MPEs nas compras públicas, diz Santanna, ganhou
impulso no início de 2007, quando a Lei Geral das
Micro e Pequenas Empresas favoreceu a participação
dessas companhias em aquisições de até R$ 80 mil.
Quase 20% dos pregões fechados com as MPEs no
primeiro semestre estavam dentro desse patamar de
preços.
Em 2008, a participação das MPEs nas licitações
federais deverá ultrapassar 40% do total contratado.
Em 2007, essa fatia foi de 36%. O volume tem sido
puxado por Estados como o Piauí, onde as PMEs foram
responsáveis por 66% de tudo o que foi comprado
pelos órgãos federais localizados neste Estado.
Segundo Santanna, o pregão via web aproxima o país
dos resultados obtidos pelos Estados Unidos, onde a
compra produtos e serviços de micro e pequenas
empresas atinge cerca de 44%, a mais alta taxa de
participação em todo o mundo.
Desde
2005, o pregão eletrônico é modalidade obrigatória
em determinadas aquisições do governo federal. O
sistema é usado para contratação de bens e serviços
comuns, produtos como mobiliário, combustíveis,
material de escritório em geral e de informática,
equipamentos médicos e serviços de limpeza.
No início de dezembro, o governo realizou um pregão
conjunto para a contratação de serviços de
telefonia. No total, 18 ministérios participaram da
disputa do contrato, que inicialmente envolverá
cerca de 30 mil ramais telefônicos. A GVT foi a
vencedora para oferecer os serviços de ligações
local e de longa distância nacional, com um contrato
de R$ 17,9 milhões. A Brasil Telecom levou os
serviços de longa distância internacional, com a
oferta de R$ 424,7 mil.
O resultado, segundo Santanna, foi o melhor
possível. O gasto anual com telefonia dos 18 órgãos
que participaram do pregão era de R$ 28,9 milhões.
"Em 2009, o governo vai gastar 41,74% a menos em
serviços de telefonia", diz. "Conseguimos uma
economia anual de R$ 10,5 milhões em relação ao
preço de referência."
de São Paulo investiu em obras de
infra-estrutura R$ 9 bilhões, em 2007, e R$ 12,7
bilhões, entre janeiro e outubro de 2008, enquanto o
governo federal aplicava, nos mesmos períodos,
respectivamente, R$ 8 bilhões e R$ 8,2 bilhões nas
obras incluídas no Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). Pode-se afirmar, portanto, que a
versão paulista do PAC é mais eficiente que a do
governo federal - e para isto contribui tanto a
firmeza no controle de despesas como a boa gestão
dos projetos.
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