Governo de São
Paulo cobrará metas para liberação de recursos.
Sidney Beraldo, de
Gestão Pública: novo modelo pode ser aplicado nas
áreas de saúde, educação e meio ambiente
O secretário de Gestão
Pública do Estado de São Paulo, Sidney Beraldo,
assina hoje um contrato para liberação de R$ 250
milhões até 2010 para o Instituto de Assistência
Médica do Servidor Público Estadual (Iamspe). O
evento, que terá a presença do governador José
Serra, é mais do que uma mera liberação de recursos,
pois inaugura um modelo de administração mediante
resultados que o governo estadual pretende ampliar
para todos os órgãos do Estado.
"Estamos elaborando um
projeto de lei para regulamentar dispositivos das
constituições federal e estadual e permitir que as
secretarias estabeleçam com os órgãos vinculados
contratos de gestão", explica o secretário. A
administração de recursos deve ficar atrelada à meta
de resultados ou de redução de custos. Em troca
haverá uma maior autonomia do gestor, o que pode,
por exemplo, permitir que um diretor de escola pague
bônus aos professores caso sejam atingidas metas
previamente estabelecidas pela secretaria. O texto
ainda deve passar pela Casa civil e deverá ser
enviado à Assembléia Legislativa no segundo
semestre.
No caso do Iamspe,
haverá liberação de R$ 50 milhões até o fim de 2008.
Os recursos deverão ser aplicados somente em
investimentos, principalmente ampliação de cobertura
e melhora da qualidade de serviços. Os R$ 200
milhões restantes somente serão liberados mediante
cumprimento de algumas metas.
O instituto, que até
2007 apresentava déficit de R$ 25 milhões, terá que
terminar 2008 com receitas e despesas de custeio
empatadas. Essa é a condição para receber os R$ 100
milhões programados para 2009, quando terá que
fechar o ano com 3% superávit. O resultado permitirá
receber os R$ 100 milhões finais em 2010. O contrato
prevê que ao fim do período o Iamspe tenha superávit
de 5%.
O equilíbrio de contas
no instituto, diz o secretário, deverá ser feito
essencialmente com o corte de despesas de custeio.
"Haverá renegociação de contratos e maior utilização
do pregão eletrônico nas compras", explica. Não
haverá reajustes na contribuição dos servidores, que
têm 2% de seu salário destinado à manutenção do
plano de saúde. Com orçamento de R$ 458 milhões, o
instituto atende atualmente 1,34 milhão de pessoas -
funcionários ativos, inativos e dependentes. Além da
sustentabilidade, o Iamspe também precisará cumprir
metas de qualidade nos serviços. Serão usados
índices de satisfação medidos por institutos de
pesquisa a serem contratados pela Secretaria de
Gestão.
Beraldo
explica que o contrato com o Iamspe obedece à
legislação ainda em vigor, mas o modelo de liberação
de recursos mediante resultados só poderá ser
ampliado após a aprovação da lei que permitirá uma
autonomia maior na gestão.
A proposta da
administração mediante resultados, diz o secretário,
não deverá ser obrigatória, mas é uma diretriz do
governo Serra, a ser aplicada prioritariamente nas
áreas de educação, saúde e meio ambiente. Os
contratos no novo modelo serão divulgados por meio
do portal de gestão do Estado e estão sendo
levantados os indicadores que serão usados para
medir os resultados alcançados. Segundo Beraldo, o
governo pretende contratar, por concurso público,
profissionais para duas novas carreiras
recém-criadas, de especialista em políticas públicas
e em orçamento e planejamento. Segundo ele, isso
deverá propiciar a fiscalização desses contratos.
No caso da educação,
explica o secretário, uma possibilidade é usar metas
de melhoria do Idesp. "Pode haver escolas com
índices muito abaixo da média, nas quais os recursos
possam ser utilizados para fixar os professores,
garantir a presença de monitores ou a manutenção de
um laboratório, por exemplo."
Na área de saúde, a
idéia seria usar os contratos para os hospitais que
estão sob administração direta do Estado. Nesse caso
poderiam ser utilizados indicadores como número de
atendimentos e índices de satisfação dos usuários.
No segmento de meio ambiente, os contratos de gestão
poderão ser aplicados no Instituto Florestal, em
programas como produção de mudas e reflorestamento
de áreas de mananciais. A definição da aplicação,
lembra ele, caberá a cada secretário de Estado.
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