Fonte: O Estado de
São Paulo
São
crescentes os ganhos obtidos pelo governo federal
com o emprego do pregão eletrônico para a compra de
determinados bens e serviços. Obrigatória desde 2005
para alguns contratos, essa modalidade de compra
permitiu ao governo economizar até 25% do valor
máximo que aceitava pagar em cerca de 40 mil pregões
realizados no ano passado, para a compra de produtos
como móveis, combustíveis, equipamentos médicos,
material de escritório e de informática e para a
contratação de serviços comuns, como os de limpeza e
telefonia. Em 2007, a economia tinha sido de 16% e,
em 2006, de 14%.
Esses ganhos financeiros seriam mais do que
suficientes para justificar a ampliação do uso desse
tipo de pregão, cujo vencedor é aquele que oferece o
menor preço pelos bens ou serviços a serem
contratados. Mas há outras razões que recomendam a
disseminação do pregão eletrônico nas aquisições do
governo, em todos os níveis. Realizado em tempo real
por meio da internet, o processo é aberto a todos os
fornecedores previamente cadastrados, tanto para a
apresentação de seus lances como, sobretudo, para o
acompanhamento do processo, o que reduz o espaço
para fraudes e conluios entre concorrentes.
O pregão eletrônico substitui os métodos
tradicionais de licitação, como aquele em que os
interessados devem estar presentes para apresentar
seus lances, a tomada de preços e a carta-convite.
Já foi adotado em diversos Estados,
entre os quais São Paulo, com grandes vantagens para
os órgãos públicos e para as empresas particulares.
Uma de suas facilidades para os fornecedores do
governo é a redução dos custos de participação, pois
o interessado apresenta a oferta pela internet, sem
precisar sair de sua empresa. Essa vantagem abriu as
portas para a participação de fornecedores de todo o
País nos pregões federais, o que aumentou o número
de concorrentes, forçando para baixo o custo de bens
e serviços. A Secretaria de Logística e Tecnologia
da Informação do Ministério do Planejamento, que
coordena esse tipo de compras para o governo
federal, calcula que, em 2008, a economia propiciada
pelos pregões eletrônicos alcançou R$ 3,6 bilhões.
Estão cadastradas para participar dos leilões do
governo federal pela internet quase 240 mil
empresas, das quais mais da metade é de pequeno ou
médio porte. Em valor, as grandes companhias
predominam entre os principais fornecedores do
governo - a Petrobrás, a maior delas, até novembro
tinha fechado contratos no total de R$ 566 milhões
-, mas o uso do pregão eletrônico e a vigência,
desde 2007, da Lei Geral das Micro e Pequenas
Empresas fizeram crescer o número de empresas
menores que vendem serviços e bens para o setor
público.
A lei obriga os órgãos federais a realizar
licitações exclusivas para as micro e pequenas
empresas nas contratações de até R$ 80 mil. Também
regulamentou a possibilidade de reservar para essas
empresas até 25% do valor das licitações de bens e
serviços divisíveis em lotes. Em licitações de valor
superior a R$ 80 mil, os órgãos contratantes podem
exigir a subcontratação de empresas de menor porte.
No caso de empate em licitações pelo critério de
menor preço, a preferência será das micro e pequenas
empresas.
O projeto de lei que modifica a atual Lei de
Licitações amplia o uso do pregão eletrônico,
tornando-o obrigatório para os contratos de até R$
3,4 milhões, e estende sua aplicação compulsória
também para obras e serviços de engenharia, em todos
os níveis de governo. Para contratos de valor
superior, o uso será facultativo.
O projeto já foi votado pela Câmara e passou por
todas as comissões do Senado, mas, por divergências
entre senadores, aguarda sua inclusão na ordem do
dia desde outubro de 2007. A divergência está
centrada na inversão das etapas do processo das
licitações. O relator, Eduardo Suplicy (PT-SP),
propõe que o processo comece pela análise das
propostas de preços e que só depois de definido o
vencedor se inicie o exame da documentação da
empresa vencedora. Emenda do senador Francisco
Dornelles mantém o sistema atual, que começa pelo
exame da documentação dos candidatos.
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